
25/MAR
às 13h (sexta-feira)
PALESTRANTE
historiadora de arte
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PROGRAMA
Rosana Lanzelotte
cravo
Tomaz Soares
violino
Marcus Ribeiro
violoncelo
JOHANN SEBASTIAN BACH
Trio Sonata BWV 525 (1720)
I. Allegro
II. Adagio
III. Allegro
Concerto para Cravo BWV 1053 (1738)
II. Siciliano
SIGISMUND VON NEUKOMM
Noturno para piano, violino e violoncelo (Rio de Janeiro, 1817)
Obra dedicada à Princesa Maria Teresa
I. Andante, quasi Adagio
III. Presto
Sonata para pianoforte e violino (Rio de Janeiro, 1819)
Obra dedicada à Condessa Maria Teresa
I. Allegro ma non tropo
III. Allegro alla turca
Pedro I do Brasil
Hino da Independência (1822)

Foto: Andrea Nestrea

Foto: Andrea Nestrea
NOTA DE PROGRAMA
Uma joia do barroco brasileiro que nos encanta pela profusão de sua talha folheada a ouro, por sua ornamentação deslumbrante e pelo ilusionismo singular que encontramos em suas pinturas. Essa é a exuberante Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Em sua capela dourada reverberaremos os talentos da renomada cravista brasileira Rosana Lanzelotte, do violinista Tomaz Soares e do violoncelista Marcus Ribeiro acompanhados dos comentários da historiadora da arte Janaína Ayres.
Começamos com Johann Sebastian Bach, um ícone da música barroca que no mês de março é sempre celebrado por seu aniversário. Seu trio sonata, datado de 1720, harmoniza perfeitamente com o esplendor dos entalhes desta igreja inteiramente recobertos de ouro que se evidenciam com a luz, que penetra pelo óculo da igreja. Uma luz que também produz a atmosfera cambiante de claro-escuro típica do barroco, iluminando também a pintura ilusionista de sua abóbada. No centro de seu forro presenciamos uma cena celestial que nos conecta com o infinito e que aqui dialogará com mais uma música de J.S. Bach, “Siciliano”, do seu concerto para cravo BWV 1053. As harmonias cambiantes, deste movimento lento, exuberante e misterioso fazem um belo contraponto com este teto em “trompe l’oeil” da igreja, uma técnica artística que, por meio da perspectiva, cria uma ilusão ótica que faz com que formas de duas dimensões aparentem possuir três.
O Siciliano foi uma forma musical popular na época e é baseada em uma dança e uma coreografia pouco conhecida que era descrita por evocar sentimentos pastorais e melancólicos.
A segunda parte deste concerto será dedicada a um capítulo importante de nossa história ao qual este complexo religioso não pode deixar de ser lembrado, os 200 anos da Independência do Brasil. Lembraremos dos personagens que por aqui passaram e foram sepultados. Começamos com o Infante Pedro Carlos de Bourbon dos reinos de Espanha e Portugal, sepultado na capela primitiva que se localiza ao lado de sua capela dourada. Também recordaremos que neste complexo franciscano foram enterrados Grandjean de Montigny, grande arquiteto da Missão Artística Francesa, três dos filhos de D. Pedro I e a própria Imperatriz Maria Leopoldina. Grande arquiteta da Independência do Brasil, Dona Leopoldina havia sido inicialmente sepultada no Convento da Ajuda mas, em 1911, foi transladada para o Convento de Santo Antônio antes de ser encaminhada para a Capela Imperial sob o Monumento do Ipiranga, em São Paulo, em 1954.
Neste espaço nos transportaremos ao tempo da Independência, trazendo duas obras de um aluno predileto de Joseph Haydn, Sigismund Von Neukomm. O compositor austriaco que desembarcou no Rio em 1816, na trilha da Missão Artística Francesa. Primeiro ouviremos a “Sonata para pianoforte e violino”, composta um ano depois de sua chegada ao Brasil, seguido da “Sonata para pianoforte e violino“, de 1819. Mestre de música de Dona Leopoldina e D. Pedro I, sua influência fez do imperador do Brasil um compositor. Será dele a peça que encerra este concerto, o Hino da Independência, de 1822.
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