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Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale

apresentam

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Theatro Municipal de Niterói
 

08 OUT | 17h

Com obras de: MENDELSSOHN, LORENZO FERNÁNDEZ, BRUCH e BEETHOVEN.

Endereço: Rua Quinze de Novembro, 35 

Centro – Niterói | RJ

Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim

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Knut Andreas

Maestro

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Ludwig Huhn

Violoncelo

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Fernanda Couto Teixeira

Palestrante

Maurício Vasquez

Palestrante

Programa

Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim

Participação de alunos do

Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro

(2 fagotes)

Maestro: Knut Andreas

Solista: Ludwig Huhn, violoncelo

Palestrantes:

Fernanda Couto Teixeira, arquiteta

Maurício Vasque, historiador

FELIX MENDELSSOHN

Antigona, Op. 55, MWV M 12 (Abertura)

Duração: 7 minutos


OSCAR LORENZO FERNÁNDEZ

Reisado do Pastoreio: “Batuque” - Dança de Negros
Duração: 5 minutos

MAX BRUCH

"Kol Nidrei"

Solista: Ludwig Huhn, violoncelo

Duração: 11 minutos

 

LUDWIG VAN BEETHOVEN

Sinfonia No. 5 em Dó menor, Op. 67

Duração: 33 minutos

Nota de Programa

Um edifício eclético de inspiração neoclássica e símbolo da cultura niteroiense. Em seu interior, um palco histórico revela, ao abrir suas cortinas vermelhas, uma antiga parede de tijolos que, ao longo de mais de 180 anos, absorveu notas musicais, dramas, aplausos e sussurros de tantas gerações. Este é o Theatro Municipal Niterói, também conhecido como Theatro Municipal João Caetano. Foi em 1842 que o famoso ator João Caetano adquiriu o prédio e o transformou no Teatro Santa Teresa, em homenagem à terceira imperatriz do
Brasil. Em uma noite onde o tempo se desdobra e a história se torna presente, apresentaremos um programa que propõe um diálogo com a história e a arquitetura deste emblemático edifício.


Para celebrarmos este passado contaremos com representantes do futuro. Mais especificamente com uma geração de jovens músicos, de 15 a 18 anos, que integram a Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim e que se apresentarão especialmente em Niterói, celebrando esse símbolo da arte e da cultura local.


Assim, começaremos nossa jornada no tempo e no espaço desta casa com a abertura de "Antígona", de Mendelssohn, composta em 1842, mesmo ano em que este teatro foi inaugurado. A peça, com sua elegância clássica, serve como um portal para o passado, para aquele momento quando as cortinas se abriram pela primeira vez e a comédia "As Memórias do Diabo" encheu este espaço com risos e aplausos. A próxima obra traz o ritmo pulsante de nossas tradições musicais africanas representadas na música "Batuque", de Lorenzo Fernández. A peça nos faz lembrar que este teatro não é apenas um relicário de tempos passados, mas um espaço vivo, palpitante que reflete a alma e o coração do Brasil. Um local que recebe todos os tipos de manifestações culturais e que une passado e presente, como vemos no desenho do pano de boca de Roberto Burle Marx. A obra realizada para conectar de forma equilibrada elementos arquitetônicos existentes deste teatro aos tempos de hoje, foi ampliada em 99 metros quadrados de tela pelo artista plástico Hugues Desmaziére.


Seguimos com "Kol Nidrei", de Max Bruch. A obra nos apresenta uma meditação profunda que nos convida a refletir e a sentir a presença daqueles que vieram antes de nós. Um momento contemplativo onde o solo de violoncelo conduz nossa imaginação a sentir a presença de personalidades como João Caetano no palco ou do imperador Dom Pedro II no camarote de honra.


Encerramos esse concerto com a Sinfonia No. 5 de Beethoven, uma obra que resistiu ao teste do tempo para se tornar um ícone atemporal da cultura, assim como o Theatro Municipal João Caetano, em Niterói. O famoso 'motivo do destino' se desenvolve e ressoa não apenas na sala de espetáculo. Ele também espelha a própria estrutura neoclássica deste edifício que protagoniza este concerto onde a música e o teatro se tornam um.

Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim (OSJB)

 

Com sede na Escola Pública Georg Friedrich Händel, foi fundada em 1969 e, desde então, dedica-se à educação musical de jovens músicos na idade entre 14 e 18 anos. Ao longo das últimas décadas, numerosos alunos puderam ascender a carreiras musicais, entre elas, professores de música e de instrumento, terapeutas musicais, engenheiros de som, produtores musicais, compositores e arranjadores, dramaturgos, diretores, gestores culturais e de eventos, políticos culturais, maestros e músicos de orquestra que tocam nas principais orquestras do país, como a Staatskapelle Berlin, a orquestra da Deutsche Oper Berlin, Rundfunk-Sinfonie-Orchester Berlin, Akademie für Alte Musik Berlin, Gürzenich Orchester Köln, Staatsorchester Frankfurt/Oder, Münchner Symphoniker, Wiener Philharmoniker, Staatskapelle Schwerin und im Gewandhausorchester Leipzig.

 

Nos últimos 25 anos, a OSJB estabeleceu intensos contatos internacionais e encontros de jovens de diferentes países e culturas. A orquestra já viajou por Japão, Rússia, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Polônia, Albânia, Irlanda, Namíbia, Itália e França. A OSJB promove o intercâmbio cultural e convida regularmente os seus parceiros e conjuntos internacionais para visitarem Berlim. Em 2016, a OSJB realizou, pela primeira vez, uma turnê no Brasil com concertos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

 

A Orquestra de Câmara Georg-Friedrich-Händel, composta por membros da OSJB, ganhou o 1º prêmio como melhor orquestra no 1º Festival Internacional Michelangelo em Florença (Itália). Em 2018, uma turnê de concertos levou a OSJB à França, com atuações em Lyon, Avignon e Aix-en Provence. Seguiu-se uma turnê por Taiwan, em fevereiro de 2019, com concertos em Tainan, Hsinchu e Taipei, com um público de mais de 2.500 pessoas.

 

Em fevereiro de 2019, a ópera "Three Billion Sisters" na Volksbühne Berlin, cuja parte orquestral foi realizada através da OSJB, ganhou o prémio Friedrich Luft, que é atribuído anualmente à melhor produção operística em Berlim desde 1992.

 

O trabalho da OSJB é apoiado pelos monitores Heike Scharffenberg, Antje Thierbach, Stefan Adam, Roy Amotz, Rudolf Döbler, Johannes Fonrobert, Bernhard von der Gabelentz, Sören Linke, Helge von Niswandt e Carl-Johan Sens, a quem apresentamos os nossos sinceros agradecimentos.

Maurício Vasquez
Historiador

 

Bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal Fluminense, é Mestre em Ciência da Arte pela mesma instituição. Trabalhando na Fundação de Arte de Niterói desde 1993, é chefe da Divisão de Documentação e Pesquisa (DDP) da Fundação desde 1996. Redator das redes sociais da DDP (Imagens contam histórias de Niterói no Facebook e ddpniteroi no Instagram) e responsável pelo canal Divisão de Documentação e Pesquisa Fan DDP, no Youtube. Coautor do livro São Lourenço, da coleção Memória dos Bairros de Niterói. Já realizou trabalhos de pesquisa para publicações de outros autores e curadoria de exposições. Foi professor universitário de 2000 a 2018.

Knut Andreas
Maestro

 

A Orquestra Sinfônica de Piracicaba escolheu o maestro alemão como seu novo regente titular e diretor artístico em janeiro de 2022. Desde 1998 Knut Andreas é diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Collegium musicum Potsdam (OSCMP) e desde 2014 regente titular da Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim. Estudou educação musical, musicologia, regência e fagote nas Universidade de Potsdam, Leipzig e Munique. Seus mentores em regência incluem Ronald Reuter, Werner Andreas Albert e Dorian Wilson, um dos últimos alunos do Leonard Bernstein. Na Universidade de Munique regeu o coro e a orquestra do Instituto de Musicologia desta universidade, onde trabalhou com Steve Reich e Paul Hillier. Em 2008 obteve o título de doutor pela Universidade de Munique, onde realizou uma pesquisa sobre o compositor alemão Paul Graener. Como regente convidado, Knut Andreas tem atuado em diversas orquestras na Alemanha, nos Países Baixos e no Brasil.

Ludwig Huhn
Violoncelo

 

Nascido em 2005, Ludwig Huhn começou a tocar violoncelo aos três anos de idade. De 2015 a 2023, ele frequentou a escola pública especializada em música Georg-Friedrich-Händel-Gymnasium, onde, a partir de 2019, participou ativamente da Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim sob a direção do maestro Knut Andreas. Como violoncelista ele participou de vários projetos de conjuntos e, desde 2020, é membro da renomada Deutsche Streicherphilharmonie (Orquestra Filarmônica de Cordas da Alemanha), pela qual já se apresentou na Filarmônica de Dresden, no Konzerthaus de Berlim, na Filarmônica de Colônia e no Musikverein de Viena sob a regência de maestros como Marek Janowski, Emmanuel Tjeknavorian, Michael Sanderling e também com solistas como Rafał Blechacz, SoRyang, Noa Wildschut e Alexej Gerassimez. Em 2023, Ludwig Huhn se apresentou como solista na Haus des Rundfunks Berlin com a Orquestra Sinfônica Jovem de Berlim. Ele toca o violoncelo "Giovanni Cavani & Filio, Spilamberto" do ano de 1910, emprestado pela Deutsche Orchesterstiftung (Fundação alemã de Orquestras).

Fernanda Couto
Arquiteta

 

Fernanda Couto Teixeira é arquiteta graduada pela Universidade Federal Fluminense – UFF (1986), tendo cursado na mesma universidade o mestrado em Arquitetura e Urbanismo (2006).

 

Em 1991 passou a integrar a equipe do Núcleo de Restauração de Bens Culturais de Niterói sob a coordenação do restaurador Claudio Valério Teixeira, grupo iniciado com o projeto de restauração do Teatro Municipal de Niterói (1991-1995), projeto que foi agraciado com o Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade – conferido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/RJ na categoria “Valorização, Conservação, Restauração do Acervo Arquitetônico, Histórico e Paisagístico” pelo Projeto de Restauração do Teatro Municipal de Niterói.

 

Como integrante do Núcleo de Restauração participou de todos os projetos de restauração desenvolvidos pela Prefeitura no período de 1991 até 2012: Solar do Jambeiro (1997-2001), Igreja de São Lourenço dos Índios (1999-2001), Palácio Araribóia (2004-2007), Capela de São Pedro do Maruí (2004-2006), Forte São Luís (1998-1999) e projeto de Reabilitação Urbana de Portugal Pequeno (1997-1999) e Museu Janete Costa (2012).

 

Ao longo de sua trajetória profissional participou de diversos seminários na área da preservação do patrimônio cultural, destacando-se o II Seminário Internacional de Arquitetura y Restauro – “eje Roma Venezia, proyectar o existente” promovido pelo Instituto Ítalo-Latino Americano sediado em Roma, no qual apresentou o Projeto de Restauração do Teatro Municipal de Niterói (1996).

 

A partir de 2004 tornou-se membro do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural – CMPPC, permanecendo como conselheira até a presente data. De junho de 2004 a dezembro de 2012 exerceu o cargo de Diretora do Núcleo de Restauração de Bens Culturais de Niterói vinculado à Fundação de Artes de Niterói. Desde janeiro de 2013 exerce o cargo de Diretora do Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural – DePAC – da Secretaria Municipal das Culturas da Prefeitura de Niterói, dedicando-se a atividades sempre voltadas para o campo do patrimônio cultural, Atualmente, como representante da Secretaria Municipal das Culturas, colabora também na supervisão das obras de restauração da Casa Norival de Freitas em curso e da Ilha da Boa Viagem.

Theatro Municipal de Niterói

O Theatro João Caetano, ou Theatro Municipal de Niterói, tem em sua história muitas mãos que o construíram, cheias de amor à arte. Palco de notáveis episódios do cenário artístico brasileiro, surge em 1827, onde funcionava uma pequena casa de espetáculos. Em 1833, o casarão do século XIX recebe a estreia da Companhia Nacional Dramática, da qual fazia parte João Caetano dos Santos. Para diversos historiadores, esse momento marca o nascimento do teatro brasileiro, por sua composição e produção teatral genuinamente nacionais. Um marco simbólico e relevante para a cultura do Brasil.

 

Em 1842, o ator, diretor e empresário João Caetano adquire o teatro, a título de concessão, e o rebatiza como Teatro Santa Tereza, em homenagem à futura imperatriz brasileira Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. João ficou à frente do teatro, restaurou a casa e desenvolveu diversas atividades culturais, até seu falecimento, em 1863.

 

Em 1900, a Câmara Municipal de Niterói deu ao espaço o nome de Theatro Municipal João Caetano, em homenagem ao vanguardista da arte na cidade. O prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1990. Durante décadas, desde que João Caetano assumiu a concessão, foram inúmeros restauros e melhorias, mas nenhuma tão profunda e necessária - diante do valor histórico do local - como a reforma realizada a partir de 1991.

 

Em 1991 a Prefeitura de Niterói iniciou uma completa obra de restauração para a recuperação da riqueza arquitetônica e patrimonial do teatro. A tarefa ficou a cargo do pintor e restaurador Cláudio Valério Teixeira. Foi um dos trabalhos mais completos de restauração na história do patrimônio cultural brasileiro. O minucioso projeto de recuperação teve como desafio o respeito aos aspectos históricos - que remetem ao final do século passado - conservando a originalidade da época, e, ao mesmo tempo, a modernização da estrutura, sem interferir na arquitetura original, no seu conceito e estilo. O restauro terminou somente em 1995, tamanha a complexidade e atenção com o empreendimento.

 

No dia 19 de dezembro de 1995, as cortinas do palco foram reabertas em uma solenidade de inauguração, que contou com a apresentação da Companhia de Ballet da Cidade de Niterói, com figurinos da premiada carnavalesca Rosa Magalhães. O teatro foi devolvido à população com uma infraestrutura acústica de alta qualidade, ar-condicionado central, porta corta-fogo, equipamentos de som, coxia e camarins reformados, além de um projeto assinado pelo designer de iluminação Peter Gasper — o mesmo que concebeu o projeto para as luzes comemorativas dos 80 anos do Cristo Redentor. A pedido de Valério, o conceituado paisagista Roberto Burle Marx assumiu a missão de pintar o pano de boca do teatro. Com a maestria de sempre, Burle Marx deixou sua marca especial na revitalização do teatro.

 

Salão Nobre

Durante a restauração, o salão foi um dos pontos-chave para os profissionais. A pintura original estava coberta por sete camadas de tinta. Para o resgate das suas imagens, os restauradores usaram métodos químicos e mecânicos que permitiram chegar até a segunda camada de tinta, que revelou nas paredes os traços feitos pelo pintor, decorador, restaurador e arquiteto Thomas Driendl (1849-1916), integrante do chamado Grupo Grimm.  A beleza singular do salão chama a atenção de todos os visitantes.

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