
21/DEZ
às 18h (terça-feira)
PALESTRANTE
Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira
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PROGRAMA
Orquestra Sinfônica de Barra Mansa
regente
JEAN-PHILIPPE RAMEAU
Suite Dardanus
I. Overture
II. Entre pour les guerrier
III. Tambourin I. & II.
CARL PHILIPP EMANUEL BACH
Sinfonia WQ 182,1 em Sol Maior
I. Allegro di molto
II. Poco adagio
III. Presto
WOLFGANG AMADEUS MOZART
Sinfonia nº 25 k183 em Sol Menor | I. Allegro con brio
JOSE MAURÍCIO NUNES GARCIA
Missa de Santa Cecília | Laudamus Te
MARCOS PORTUGAL
Ouro não compra o Amor | Abertura
WOLFGANG AMADEUS MOZART
Sinfonia No.35, K.385 | IV. Presto

Foto: Vitor Souza Lima
NOTA DE PROGRAMA
Um edifício icônico onde o pesado, o escuro e a austeridade que encontramos na arquitetura religiosa portuguesa dá lugar ao leve, ao claro e à alegria do rococó religioso do Brasil. Um espaço de ambiente palaciano que mostra toda a riqueza da Antiga Sé.
Essa é uma arte decorativa que teve início ainda na corte de Luís XV. Um rei que, influenciado pela amante Madame de Pompadour, transformou seu reinado em um reino do feminino. Um rococó profano, sensual e de linhas sinuosas, como o corpo de uma mulher, e que é conhecido como “estilo Luis XV”. Um rococó que só se tornará religioso depois de levado para Europa Central.
O violinista Daniel Guedes e a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa irão abrir esse programa nos transportando para a corte de Luis XV através da música de seu mestre de capela Jean-Philippe Rameau, considerado um dos maiores compositores do período de transição do barroco para o rococó. Em seguida, será a vez de ouvirmos a Sinfonia para orquestra de cordas em sol maior, de C. P. Emanuel Bach, compositor que representou a chegada desse estilo na corte de Frederico II da Prússia. Um mestre do Empfindsamkeit, movimento de expansão Iluminista através da estética do rococó que faz a ponte deste estilo para o classicismo. Daqui partiremos para a Áustria, pois são as rainhas austríacas portuguesas que levam para Portugal e trazem depois para o Brasil esse rococó religioso. Aqui ouviremos o primeiro movimento da Sinfonia nº 25, de Mozart.
A chegada do rococó ao Brasil poderá ser sentida na influência musical do mestre de Salzburg na obra do Padre José Maurício Nunes Garcia. Mais especificamente no Laudamus-te da missa de Santa Cecília, com a parte de soprano interpretada por Guedes ao violino. Filho de mestiços, um alfaiate e uma filha de escravos, é considerado o mais importante compositor brasileiro deste período, tendo sido Mestre de Capela deste prédio quando ele ainda era a Catedral da Sé. Esta missa, composta em 1826, foi uma das últimas obras deste grande compositor.
Consta que o príncipe D. João VI, emocionado ao ouvir a música do padre José Maurício em sua corte, arrancou a comenda de um nobre que estava próximo a ele e a pregou na batina do músico. Com a transferência da corte para o Rio de Janeiro, em 1808, padre José Maurício foi convidado para ser Mestre da Capela Real.
Porém, com a chegada ao Brasil do compositor lusitano Marcos Portugal, um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos, a responsabilidade musical passou a ser dividida. Enquanto Portugal passou a dedicar-se à música profana, no Teatro de São João, e foi Mestre de Música de Suas Altezas Reais, os Infantes, padre José Maurício tornou-se responsável pela música sacra. A rivalidade entre os dois iria perdurar ao longo dos anos. Por este motivo, e também para lembrar a influência da arquitetura de teatro que vemos nesta construção, ouviremos a abertura da ópera O Ouro não compra o Amor, uma das mais de 40 óperas compostas pelo português.

Foto: Vitor Souza Lima
Endereço: Sete de Setembro, nº 14 - Centro | Rio de Janeiro

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