
15/DEZ
às 19h (quarta-feira)
PALESTRANTE
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PROGRAMA
cravo
JACINTO DO SACRAMENTO
Tocata em Ré menor
SOROR DA PIEDADE
Discurso de 1° Tom
JEAN-HENRI D’ANGLEBERT,
Trechos da 1ª Suíte em Sol Maior
Prélude
Allemande
Courante
Double de la Courante
2° Courante
Sarabande
Gigue
Chaconne Rondeau
FRANÇOIS COUPERIN
Trechos Variados
Les Sylvains
Troisième Prélude
Les Grâces Incomparables ou La Conti
L'Hymen-Amour
La Manon
CARL PHILIPP EMANUEL BACH
Sonata Württemberg n° 3 em mi menor
I. Allegro
II. Adagio
III. Vivace

Foto: Raffaella Bompiani
NOTA DE PROGRAMA
Um lugar onde se observa a sobriedade da arquitetura religiosa portuguesa. Onde o Tenente-Coronel José Cardoso Ramalho, por sua formação militar insere, em seu projeto, singularidades que tornam esse um espaço especial. Onde a simplicidade externa contrasta com a riqueza de sua linda azulejaria. Esta é a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, que descobriremos através dos comentários da arquiteta Dora de Alcântara e de contribuições lúdicas do cravista Bruno Procópio.
Abrimos nosso programa falando da austeridade externa, com suas paredes pintadas de branco e suas pedras calcárias. Um prédio que adota a elipse das curvas barrocas, mas guarda o retilíneo, ao tratá-la em forma poligonal. Pilastras que com sua verticalidade acentuada evoca a espiritualidade medieval, elementos que compõem este harmonioso conjunto. Na música, ouviremos a Tocata em Ré Menor, de Jacinto do Sacramento, e o Discurso do Primeiro Tom, de Soror da Piedade, ambos compositores portugueses do princípio do século XVIII que apresentam uma música sem ornamentação ou variação e com uma escrita bem vertical.
O contraste entre a sua simplicidade externa e a riqueza interna poderá ser observada já ao entrarmos na igreja, pela sacristia e percorrermos seus corredores de acesso à nave, onde encontraremos figuras fidalgas, em seus lazeres. Neste momento, ao observarmos as representações de caças de seus azulejos, lembraremos das “Véneries”, um modismo estético muito inspirado pelas caçadas da nobreza na corte de Luís XVI. Traremos essa atmosfera apresentando uma música deste compositor pessoal da câmara de Luís XVI, Jean-Henri d’Anglebert. Repararemos em sua música Ëxtrait de la première Suite em sol maior como o uso da ornamentação se contrasta em relação a simplicidade do fraseado das melodias das obras anteriores.
Ao entrarmos na nave, veremos outra representação na azulejaria, a dos Cânticos dos Cânticos, um texto bíblico onde Deus é percebido através do sentimento do amor humano. Um amor que ecoará nas cordas do cravo de Bruno Procópio através da música delicada, sensual e feminina de Extratos Variados, de François Couperin.
Finalmente, ao observarmos a talha em madeira que traz um rococó final, já com elementos do neoclássico, ouviremos a obra Sonata em Ré Menor nº 3 Württemberg, de C.P. Emanuel Bach, compositor que foi um grande representante de um importante movimento cultural germânico de meados do século XVIII, o Empfindsamkeit (estilo sensível). Um movimento que representou a expansão do iluminismo para o mundo da arte e que esteticamente pertence à órbita do rococó, recebendo influência de outros movimentos como o romantismo e o classicismo.

Foto: Raffaella Bompiani
Endereço: Praça Nossa Senhora da Glória, nº 26 - Glória | Rio de Janeiro

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