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FIMA - 1ª edição - 2022

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14/JAN
às 16h30 (sexta-feira)

PALESTRANTE

João Masao Kamita

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PROGRAMA

 

QUARTETO FIMA

 

Daniel Guedes 

violino

 

Ramon Feitosa

violino

Samuel Passos

viola

Lisiane de Los Santos

violoncelo

​​HEITOR VILLA-LOBOS 

Quarteto de Cordas nº 5 

 

Poco Andantino 

Vivo e Enérgico 

Andantino - tempo giusto e bem ritmado

Allegro

 

Floresta do Amazonas (Arr. Mario Ulhoa)

Melodia Sentimental

HANS JOACHIM KOELLREUTTER

Música 1947

 

Muito Rítmico (Trecho inicial do Quarteto de Cordas)

 

CÉSAR GUERRA-PEIXE

Quarteto de Cordas Nº2

Cateretê

ANTONIO CARLOS JOBIM (Arr. Mario Ulloa)

Derradeira primavera

Samba do Avião

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Foto: Andrea Nestrea

Av. Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo, Rio de Janeiro - RJ, 20021-140

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Foto: Andrea Nestrea

NOTA DE PROGRAMA

Uma obra carioca histórica, ícone da arquitetura moderna brasileira para o mundo. Um prédio de concreto que, com sua estrutura aberta, celebra a arquitetura e a natureza. Um edifício único que persegue a transparência para se fundir à paisagem singular do Rio de Janeiro e ao jardim tropical de Roberto Burle Marx no Aterro do Flamengo. Este é o MAM-Rio, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. 

 

É neste espaço extraordinário que o FIMA abre sua programação de 2022, oferecendo ao público a oportunidade de ver e ouvir toda a originalidade e a força do movimento modernista brasileiro. 

 

Observaremos este patrimônio material do modernismo nacional, em diálogo com músicas que bem representam esse movimento. Partiremos da década 1930 até chegarmos à fase desenvolvimentista que se inicia na segunda metade do século XX. Nossos guias serão os integrantes de um quarteto de cordas formado por renomados instrumentistas brasileiros: os violinistas DANIEL GUEDES e RAMON FEITOSA, o violista SAMUEL PASSOS e a violoncelista LISIANE DE LOS SANTOS. Suas contribuições musicais serão intercaladas pelos comentários do professor de História da Arte e da Arquitetura da PUC-RIO JOÃO MASAO KAMITA. Masao é um grande conhecedor da obra de Affonso Eduardo Reidy, o arquiteto modernista da geração de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, que concebeu o MAM e que foi um dos pioneiros na introdução da arquitetura modernista no Brasil.

 

Começamos nosso programa com o Quarteto de Cordas nº 5, de Heitor Villa-Lobos. A obra de 1931 marca a virada do compositor a um nacionalismo direto, evidente e espontâneo. Utilizando bastante material folclórico, Villa denomina esta composição como o primeiro dos quartetos populares, o que revela uma intenção do compositor de fazer uma série popular para o gênero, mas que depois foi abandonada. 

 

A peça indica a primeira importante mudança  de  rumo  provocada pelo  movimento  modernista que celebramos este ano devido ao centenário da semana de arte moderna de 1922. Uma mudança que mostra que a constante busca por renovação estética passa agora a dar lugar à procura de um caráter genuinamente nacional das expressões artísticas. Villa-Lobos é, sem dúvida, o maior representante na música desse modernismo nacionalista brasileiro. 

 

Seguimos nossa apresentação com um diálogo entre arquitetura, música e natureza. Aqui observaremos como Reidy molda essa incrível estrutura de concreto aberta à natureza. Apreciaremos como o paisagista Roberto Burle Marx, com sua vasta paleta vegetal, desenha este singular jardim tropical no Aterro do Flamengo. Tudo isso ao som de uma trilha sonora composta por Villa-Lobos originalmente para o filme Green Mansions (A Flor que Não Morreu) e que depois foi transformada pelo compositor em uma suíte sinfônica. Sua rica orquestração pinta a natureza densa, misteriosa e encantadora da Floresta do Amazonas que dá nome a esta suíte. Porém, aqui desfrutaremos de uma versão reduzida por Mario Ulloa para o quarteto de cordas da canção Melodia Sentimental que integra a obra e que se tornou uma das mais conhecidas canções do compositor. 

 

Contrastando com esse nacionalismo e essa natureza, ouviremos outro importante representante da música moderna: Hans-Joachim Koellreutter. Este musicólogo, compositor e professor brasileiro de origem alemã trouxe consigo na bagagem a experiência de sua formação europeia. Sua carreira como regente mal tinha começado na Alemanha quando Adolf Hitler foi apontado como Chanceler. Noivo de uma jovem judia, foi  denunciado à Gestapo e teve que se exilar no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1937. Em 1938 começou a lecionar no Conservatório Brasileiro de Música tendo sido professor de grandes nomes como Cláudio Santoro, Guerra Peixe, Edino Krieger e Tom Jobim. Em 1948, ano de fundação do MAM, teve início o processo de rompimento de Santoro e Guerra Peixe que passaram a criticá-lo. Além das técnicas tradicionais europeias, Koellreutter incorporou outras influências no seu estilo de composição tais como o microtonalismo,que conheceu em sua viagem à Índia, a música eletrônica, o serialismo e a harmonia acústica aprendida com Paul Hindemith.  Dele ouviremos um trecho do início do quarteto intitulado Música 1947. Vale reparar como o silêncio joga um papel interessante nesta obra ao promover a expectativa e a espera de resoluções que são antes surpreendidas por ataques sonoros em acordes desligados de qualquer temática ou contrapontos. Vazios, que fazem parte do todo e que percebemos no diálogo do concreto armado com os espaços abertos e vazados da Arquitetura do MAM. Um vazio para ser ocupado pelas artes ligadas às técnicas dos novos tempos.

 

Aluno de Koellreutter, o compositor César Guerra-Peixe buscava novas linguagens no campo da música. Antes de conhecê-lo, suas obras eram escritas dentro de um modelo clássico tradicional.  Porém, decidido a abraçar uma nova estética, Guerra Peixe  destruiu  todas as suas obras anteriores passando a adotar a técnica dodecafônica, um sistema de organização de alturas musicais criado na década de 1920 pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg, alheia aos valores e estilos musicais brasileiros. Em seu Quarteto de Cordas nº 1, acentuaram a intenção de nacionalizar os 12 sons e aos poucos Guerra foi se desprendendo no manejo desta  técnica. Até que em 1949 encerra sua  fase dodecafônica. Seu Quarteto de Cordas nº 2, do qual ouviremos o primeiro movimento Caterete, foi escrito com um caráter bastante nacionalista. A obra teve grande importância no processo de nacionalização do compositor. Como ele mesmo afirmou, esta peça seria a "pedra fundamental" de todo o seu direcionamento estético futuro. Um futuro alinhado com a visão de liberdade artística do MAM. Onde o erudito e o popular se misturam, onde a arte está em constante transformação. A obra foi composta em 1958, ano em foi finalizado o pavilhão de exposições do MAM. A construção havia sido iniciada em 1954.

 

De Guerra-Peixe seguimos para outro compositor também aluno de Koellreutter. Um arquiteto que largou sua profissão para se dedicar ao piano e à composição. Um ícone de nossa música popular brasileira que tão bem representa o período desenvolvimentista do Brasil. Anos Dourados onde a alma brasileira cantou com voz suave um  Brasil que até hoje nos encanta. A derradeira primavera, deste de Antonio Carlos Jobim, será tocada seguida do seu Samba do Avião, ambos com arranjos para o quarteto de cordas de Mario Ulloa.

MAM - Museu Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Fotos

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Patrocínio

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Realização

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