top of page

FIMA - 1ª edição - 2022

Artboard 7_2x-8.png

11/DEZ
​às 11h (sábado)

PALESTRANTE

Claudia Storino

____

PROGRAMA

 

Luis Leite 

violão

JOHANN SEBASTIAN BACH 

Adagio Arioso da Cantata BWV 156, de

 

HEITOR VILLA-LOBOS 

Prelúdio da Bachiana nº 4 

Tocata (O Trenzinho Caipira) da Bachiana nº 2

 

FRANZ SCHUBERT 

Ständchen (Serenata)

 

WALTER BURLE MARX 

Violeiros de Guaratiba | II. Santo Antônio da Bica

 

ANÍBAL AUGUSTO SARDINHA (GAROTO)

Jorge do Fusa 

 

HEITOR VILLA-LOBOS  

Choros 1 (Dedicada a Ernesto Nazareth).

Endereço: Estrada Roberto Burle Marx, nº 2019 - Barra de Guaratiba | Rio de Janeiro

_OHL6611.jpeg

Foto: Oscar H. Liberal

NOTA DE PROGRAMA

Um lugar único, onde a cultura e a natureza se entrelaçam. Onde encontramos construções que vão do século XVII, como a capela dedicada a Santo Antônio da Bica, até o ateliê modernista de um dos maiores paisagistas do século XX. Um espaço onde desfrutamos de um jardim alinhado ao movimento moderno na arquitetura e nas artes e que recentemente ganhou o título de Patrimônio Mundial da Unesco. Este é o Sítio de Roberto Burle Marx, um artista singular que soube como ninguém explorar um vasto repertório vegetal, como paleta, para criação de suas obras de arte vivas.

 

Realizaremos junto com o violinista Luis Leite e os arquitetos Claudia Storino e Carlos Fernando de Moura Delfim um passeio musical pelos principais pontos de visitação deste sítio, trazendo músicas que dialogam com sua arquitetura e seu jardim tropical. 

 

A delicadeza do Adagio Arioso da Cantata BWV 156, de Johann Sebastian Bach, ecoará na Capela barroca de Santo Antônio da Bica. Em seguida, iremos para a Loggia, que leva esse nome por possuir elementos arquitetônicos que lembram uma pequena galeria coberta e vazada para o exterior por arcadas. Localizado entre a casa principal e a capela, o espaço servia como um pequeno ateliê de pintura e serigrafia de Burle Marx, que a revestiu com um painel de azulejos pintados fazendo uma releitura moderna de tradições luso-brasileiras. Uma releitura que será reverberada na fusão de materiais folclóricos brasileiros às formas pré-clássicas de Bach, feitas por Villa-Lobos em suas Bachianas Brasileiras. Na Loggia, ouviremos o movimento do Prelúdio da Bachiana nº 4 seguido pela Tocata (O Trenzinho Caipira) da Bachiana nº 2.

 

Na sequência, partiremos para a sala de música da casa, em estilo colonial, onde o paisagista morou. Porém, aqui o que ecoará, mais do que a arquitetura, serão as lembranças. 

 

 

Ao lado do piano de Roberto Burle Marx ouviremos uma composição de seu irmão, Walter Burle Marx, que foi inspirada por este local: o movimento Santo Antônio da Bica, da peça Violeiros de Guaratiba. Antes de sair da casa, ouviremos uma versão para violão de Ständchen (Serenata), de Franz Schubert, compositor que Roberto Burle Marx cantava frequentemente neste local. 

 

Daqui partiremos para a Cozinha de Pedra, um salão de festas onde ocorreram memoráveis almoços com cardápios organizados por Burle Marx e Cleofas César da Silva. 

Para lembrar estes encontros, traremos uma obra de Garoto, chamada Jorge do Fusa que, alguns acreditam, tenha sido escrita para lembrar encontros promovidos por amigos de um compositor conhecido seu. 

 

Ao som desta obra, admiraremos outro encontro, o do concreto com o verde e as águas dos jardins. Um projeto de Rubem Breitman e Haroldo Barroso Beltrгo, premiado em 1963 pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil.

 

Partiremos, então, para o ateliê, que guarda telas e uma tapeçaria, todas de grandes dimensões, feitas por Burle Marx especialmente para o local. Um prédio que emprega a fachada de um sobrado neoclássico demolido no centro do Rio de Janeiro com a construção, a clareza e simplicidade moderna em concreto de seu interior. Simplicidade e união do tradicional e moderno que se vê refletido novamente na obra de Villa-Lobos em seu Choros 1, dedicada a Ernesto Nazareth. Uma obra com padrões, figurações e estrutura simples, características da música improvisada de celebrados chorões do final do século XIX.

Sobre o Sítio RobertoBurle Marx

O atual Sítio Roberto Burle Marx chamava-se, originalmente, Fazenda ou Engenho da Bica, pois as fontes de água existentes na parte mais alta do terreno eram canalizadas e serviam a população local por meio de uma bica próxima à estrada. A partir de 1681, com a construção da capela dedicada a Santo Antônio, passou a ser conhecido como Engenho Santo Antônio da Bica e, posteriormente, Sítio Santo Antônio da Bica.

Em 1949, Roberto e seu irmão Guilherme Siegfried Burle Marx compraram o primeiro terreno que hoje integra o Sítio Roberto Burle Marx, após uma longa busca por espaços que unissem boa diversidade de solos adequados, com rochas expostas, água abundante, e cujo entorno ficasse a salvo da especulação imobiliária. O local chama a atenção por sua vegetação nativa, formada especialmente por manguezal, restinga e Mata Atlântica, preservada pelo Parque Estadual da Pedra Branca.

Em 1952 e 1960 os irmãos compraram e anexaram à propriedade inicial sucessivos terrenos vizinhos. Ao mesmo tempo, foram realizando as intervenções necessárias para transformá-la no laboratório pretendido por Roberto, com a instalação de infraestrutura, edificações, viveiros de plantas e áreas ajardinadas.

Em 1985, Burle Marx doou o sítio ao governo federal, com o objetivo de assegurar a continuidade das pesquisas, a disseminação do conhecimento adquirido e o compartilhamento daquele espaço singular com a sociedade.

Com a morte de Roberto Burle Marx em 1994, o sítio passou a ser gerido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O imóvel foi tombado pelos órgãos do patrimônio cultural do estado do Rio de Janeiro (1988) e da União (2000) e, atualmente, é candidato a Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

 

 

 

Sobre o Sítio

 

 

Deus, para mim, é a natureza.”

Roberto Burle Marx

Esta frase traduz o pensamento e o modo de estar no mundo de Roberto Burle Marx, que viveu em estreita ligação com a natureza.

O mais eloquente testemunho dessa ligação é o Sítio Roberto Burle Marx, um lugar único, em que cultura e natureza se entrelaçam. Só ele reúne um dos mais importantes acervos de plantas vivas do mundo num ambiente que sintetiza a vida e o espírito criativo desse grande artista e paisagista.

Situada na Barra de Guaratiba, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, a propriedade em que Burle Marx morou e produziu em seus últimos vinte anos de vida foi – e continua sendo – um grande laboratório de experimentações: mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais, organizadas em viveiros e jardins, convivem em harmonia com a vegetação nativa numa área de 405 mil metros quadrados, que inclui várias edificações, lagos, jardins, coleções de arte e uma vasta biblioteca.

Desde 1985 o Sítio é uma unidade especial vinculada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cumprindo o papel de preservar, pesquisar e divulgar a vida e a obra de Roberto Burle Marx.

 

PONTOS DE VISITAÇÃO DO FIMA

 

A Capela Santo Antônio da Bica

A construção da capela remonta ao século XVIII, quando as terras faziam parte da antiga Fazenda da Bica. Ao adquirir o terreno, Burle Marx recuperou a pequena edificação, que se encontrava deteriorada, e a manteve aberta para a comunidade católica de Barra de Guaratiba. Na década de 1970 empreendeu-se uma restauração, com supervisão dos arquitetos modernos Carlos Leão e Lúcio Costa.

Atualmente, continua em uso para cerimônias religiosas, sendo realizadas missas dominicais e a tradicional procissão de Santo Antônio, celebrada anualmente no dia 13 de junho.

 

A Loggia

Entre a Casa Principal e a Capela de Santo Antônio da Bica fica a Loggia. O espaço, uma releitura moderna de tradições luso-brasileiras, leva esse nome por possuir elementos arquitetônicos em forma de arcos, a partir dos quais tem-se a vista dos jardins. Com área de 60 metros quadrados, a função original da Loggia foi servir como um pequeno ateliê de pintura e serigrafia de Burle Marx. Internamente, a Loggia é totalmente revestida por um painel de azulejos pintados com desenho de Roberto Burle Marx, datado de 1967.

 

A Casa de Roberto

Na casa onde o paisagista morou estão expostas diversas peças do acervo do sítio: obras de autoria de Burle Marx, itens colecionados por ele, mobiliário e objetos pessoais.

Quando Burle Marx adquiriu o sítio, havia aqui uma casa modesta e em mau estado de conservação, que aos poucos foi sendo reformada a ampliada, até alcançar sua feição atual. As reformas respeitaram o estilo colonial, mantendo as paredes caiadas de branco e as janelas e portas pintadas de azul. A Sala de Música foi reformada na década de 1950, ganhando um forro de madeira que reproduz o teto de um sobrado do século XVIII de Ouro Preto (Minas Gerais). Na década de 1980, o paisagista adquiriu a porta de uma igreja em demolição, cuja utilização exigiu a construção de um cômodo em nível mais baixo, com pé-direito elevado, hoje conhecido como Sala das Cerâmicas. No início dos anos 1990 foi feita a ampliação da Sala de Jantar.

 

A Cozinha de Pedra

Neste salão de festas ocorreram memoráveis almoços com cardápios organizados por Burle Marx e Cleofas César da Silva. O salão se destaca pela perfeita interação entre arquitetura e os espaços abertos. Projeto de Rubem Breitman e Haroldo Barroso Beltrão, foi premiado em 1963 pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil com o título de “Pavilhão Roberto Burle Marx”. O piso é de pedra, e sua cobertura é composta por uma grande laje em concreto armado, sustentada por pilares no mesmo material, sobre a qual há um espelho d’água. Numa das paredes há um grande painel cerâmico de autoria de Burle Marx. Cantaria e concreto se integram ao verde dos jardins e da vegetação nativa, ao som das águas que descem da cobertura e da cascata para o espelho d’água, coberto pela pérgola de flor de jade.

 

O Ateliê

O Ateliê é um espaço multiuso do Sítio Roberto Burle Marx, com capacidade para 160 pessoas sentadas, amplamente utilizado para diversos eventos, como concertos, saraus, cursos, contação de histórias e exposições. A edificação, que reúne espaços de trabalho e residência, foi erguida em várias etapas: nos anos 1970, Burle Marx adquiriu a fachada de um sobrado neoclássico demolido no centro do Rio de Janeiro, mas apenas na década seguinte conseguiu remontá-la sobre uma base de concreto. Alguns anos depois, foi executado o projeto do arquiteto Acácio Gil Borsoi, que uniu a fachada antiga em cantaria ao novo edifício. A opção pela clareza e simplicidade do desenho construtivo se complementou na arquitetura de interiores de Janete Costa, que articula deliberadamente o tradicional e o moderno. No ateliê encontram-se seis telas e uma tapeçaria, todas de grandes dimensões, feitas por Burle Marx especialmente para o local.

Fotos

Screen Shot 2021-11-24 at 9.59.16 AM.png

Patrocínio

Screen Shot 2021-11-24 at 9.59.21 AM.png

Realização

Screen Shot 2021-11-24 at 9.59.49 AM.png
Screen Shot 2021-11-24 at 9.59.26 AM.png
bottom of page