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10/DEZ
às 19h (sexta-feira)

PALESTRANTE

Noemia Barradas

arquiteta

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PROGRAMA

 

Marília Vargas 

soprano 

Guilherme de Camargo 

cordas dedilhadas, arranjos

LUIS MILÁN 

El Maestro | Villancicos

 

Falai miña amor

Poys dizeis que me quereys

 

ANÔNIMO 

Cancioneiro d`Elvas | Villancicos

 

Porque me não vês Joâna

Cuydados meus tão cuydados

Toda noite e todo dia (Cantiga)

 

Cancioneiro de Paris | Villancicos com acréscimo de voltas de Luís Vaz de Camões 

 

Minina dos olhos verdes

Na fonte esta Lianor

Do vosso bem querer senhora

 

ANÔNIMO

Puestos están, frente a frente

MARCOS PORTUGAL 

Marília de Dirceu (obra poética de Tomás Antônio Gonzaga)

Os mares, minha bela, não se movem

Ah, Marilia, que tormento

Se o vasto mar se encalpela

JOSÉ CID 

As armas e os barões assinalados (1º e 2º canto de Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões

CHIQUINHA GONZAGA

Lua Branca

 

HEITOR VILLA-LOBOS

Bachianas nº5 

Cantilena (arr. para violão do compositor)

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Foto divulgação Real Gabinete Português de Leitura

NOTA DE PROGRAMA

Um templo do conhecimento. Um local mágico que reverbera em sua arquitetura os tempos da expansão ultramarina do Rei Manuel I. Traços que evocam a epopeia camoniana cujas glórias e histórias são representadas neste incrível espaço construído no fim do século XIX.  Este é o Real Gabinete Português de Leitura, que ecoará na voz da soprano Marília Vargas e nas cordas dedilhadas de Guilherme de Camargo, em um programa recheado com comentários da arquiteta e urbanista Noemia Barradas. 

 

Começamos  o nosso concerto com três villancicos em português retirados do livro de música El Maestro, de Luis Milán. Publicado em 1536, o livro apresenta, em seu prólogo, uma dedicatória ao Rei João II de Portugal, filho do Rei Manuel I, o Afortunado, cuja produção artística, que tem início em seu reinado, inspira no século XIX a criação  de uma corrente revitalista na arquitetura intitulada estilo neomanuelino, encontrada neste edifício.

 

Seguimos com três obras anônimas do Cancioneiro d'Elvas, um dos mais importantes manuscritos de músicas e poemas portugueses do século XVI, seguido por outro do mesmo período, o Cancioneiro de Paris. Neste último, foram acrescidas, em cada uma das três canções apresentadas, voltas encontradas na poética de Luis de Camões. Para isso, é utilizado um procedimento comum na época, o de incluir voltas a um mote anônimo. Considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona, Camões é o autor da epopeia Os Lusíadas, tema explorado na arquitetura neomanuelina que observamos na construção e na arte decorativa deste real gabinete, que abriga em sua biblioteca a primeira edição deste livro.

 

Também para celebrar este clássico da literatura portuguesa, cantaremos o primeiro e o segundo canto de Os Lusíadas com a música Às Armas e os Barões Assinalados, uma canção escrita pelo compositor José Cid. 

 

Seguimos com outra obra anônima, Puestos están, frente a frente. Um romance musicado que descreve os eventos da batalha de Alcácer-Quibir de 4 de agosto de 1578. Uma batalha travada no norte do Marrocos, onde portugueses, liderados pelo rei D. Sebastião, combateram um grande exército saadiano liderado pelo sultão Mulei Moluco, que gozava do apoio otomano. Apesar do autor ser desconhecido, alguns atribuem a peça a Miguel Leitão de Andrada, pois foi ele quem escreveu, em 1629, a "Miscelânea", única fonte conhecida desta obra. Além disso,  ele mesmo teria participado desta  batalha.

 

O mar das aventuras também foi o mar da saudade e do exílio. Alguns dos portugueses que criaram este incrível lugar foram perseguidos em  seu país pelo absolutismo e vieram para o Brasil. Esse mar da saudade, do amor e do exílio será representado na música do compositor da corte portuguesa Marcos Portugal sobre o texto de Marília de Dirceu, do luso-brasileiro Tomás Antônio Gonzaga. Uma obra que fala de um amor que não pôde ser consumado entre dois pastores de ovelhas e de sua ambição por uma vida simples e bucólica onde a natureza é descrita em diversos momentos. 

 

Muitos dos portugueses que migraram para o Brasil trouxeram consigo modinhas que rapidamente caíram no gosto popular. Composta em 1912 por Chiquinha Gonzaga para sua peça Forrobodó, Lua Branca é um belo exemplo de como a cultura portuguesa foi responsável pelo lirismo romântico de nossas canções e pela docilidade, suavidade e amorosidade que encontramos em nossa música. Uma canção “sonhadora e bela”,  em que grita toda a natureza, como ouvimos na ária da Cantinela da Bachianas nº 5.

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Foto divulgação Real Gabinete Português de Leitura

Endereço: Real Gabinete Português de Leitura (Rua Luís de Camões, nº 30 – Centro | Rio de Janeiro

Sobre o Real Gabinete Português de leitura

Em 14 de Maio de 1837, um grupo de 43 emigrantes portugueses do Rio de Janeiro resolveu criar uma biblioteca para ampliar os conhecimentos de seus sócios e dar oportunidade aos portugueses residentes na então capital do Império de ilustrar o seu espírito. Foi a primeira associação desta comunidade na então capital do Império. 

Logo nos primeiros anos após a sua fundação as diretorias passaram a adquirir milhares de obras, algumas raras, dos séculos XVI e XVII - e entre elas podemos mencionar um exemplar da edição “prínceps” de Os Lusíadas, que pertenceu à Companhia de Jesus de Setúbal; as Ordenações de D. Manuel, de Jacob Cromberger, editadas em 1521, e os Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram, publicadas em 1539. O certo é que a ampliação da biblioteca obrigou à mudança da sede por várias vezes: da casa da rua de S. Pedro, nº 83, foi para a rua da Quitanda nº 55 e desta, em 1850, para a rua dos Beneditinos nº 2. Para se ter uma idéia do crescimento do acervo bibliográfico basta mencionar que em 1872 a biblioteca já possuía 20.471 obras (ou 44.917 volumes).

É por essa altura que os dirigentes começam a pensar em construir uma sede de maiores dimensões e condizente com a importância da instituição. Para esse fim, é adquirido um terreno na antiga rua da Lampadosa. E as comemorações do tricentenário da morte de Camões (1880) vão ser o grande pretexto para motivar a “colônia” portuguesa e levar adiante o projeto.

O projeto escolhido para o edifício da atual sede, foi o do arquiteto português Rafael da Silva e Castro, com seu traço em estilo neomanuelino, evocando a epopéia dos Descobrimentos portugueses.  O edifício, cuja fachada é inspirada no Mosteiro dos Jerónimos de Lisboa, foi trabalhada por Germano José Salle em pedra de Lioz em Lisboa e trazida de navio para o Rio. As quatro estátuas que a adornam retratam o Infante D. Henrique, Luís de Camões, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama, e os medalhões, os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett. O estilo neomanuelino também está presente nas portadas, estantes de madeira para os livros e monumentos comemorativos. O teto do Salão de Leitura tem uma belíssima clarabóia e um lustre monumental. O interior desse salão contém uma estrutura de ferro, o primeiro exemplar desse tipo de arquitetura no Brasil, além de inúmeras obras de arte espalhadas por todo o prédio, desde bustos de escritores e personagens históricas, até uma coleção de pinturas de Eduardo Malta, Oswaldo Teixeira, José Malhoa e Carlos Reis.

Na nova sede do Real Gabinete, foram realizadas as cinco primeiras sessões solenes da Academia Brasileira de Letras, sob a presidência de Machado de Assis.

Nas últimas décadas, e com o objetivo de dar mais dinamismo às suas atividades, o Real Gabinete criou um Centro de Estudos que abriga um Polo de Pesquisas Luso-Brasileiras, promove sistematicamente cursos de extensão universitária sobre Literatura, Língua Portuguesa, História, Antropologia e Artes, colóquios e conferências, a cargo de professores universitários, e edita a revista Convergência Lusíada (semestral), que era distribuída a centenas de instituições culturais e universidades de todo o mundo, e recentemente passou ao formato digital.  A programação dos cursos é divulgada no site da instituição e nas universidades.

Atualmente a biblioteca, que conta com um quadro de 2.400 associados, tem um acervo de cerca de 400.000 volumes e está totalmente informatizada, podendo o seu catálogo ser acessado pela internet.

Está aberta ao público de segunda a sexta-feira, de 10 às 16 horas.  A entrada é franca e as consultas são grátis.

www.realgabinete.com.br

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10dez

Fotos

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Patrocínio

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Realização

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