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Palácio

Museu Imperial

18 MAR às 17h

Local: Museu Imperial - R. da Imperatriz, 220 - Centro, Petrópolis/RJ

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Duo Santoro, Paulo e Ricardo Santoro

violoncelos

Maurício Vicente Ferreira Júnior

palestrante

Duo Santoro - Paulo e Ricardo Santoro

violoncelos

Considerado pelo jornal O Globo como "um dos maiores sucessos da música erudita brasileira", o Duo Santoro é, desde a sua estreia em 1990, o único duo de violoncelos em atividade permanente no Brasil. Seus recitais incluem um leque eclético de estilos, que vai do erudito ao popular, com alguns dos principais compositores brasileiros dedicando importantes obras ao Duo, tais como Edino Krieger, Ronaldo Miranda, João Guilherme Ripper, Ernani Aguiar, Dimitri Cervo, Ricardo Tacuchian, Villani-Côrtes, Tim Rescala, André Mehmari etc. São Mestres pela UFRJ e pela UNIRIO e pertencem aos quadros da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Orquestra Sinfônica da UFRJ. Nas comemorações de seus 20 anos, em 2010, se apresentaram em todo o Brasil e na República Dominicana, coroando o ano com um recital no Carnegie Hall de Nova York. Em 2013, lançaram seu primeiro CD, “Bem Brasileiro”, dedicado a compositores brasileiros do século XX e contemporâneos, e, em 2017, lançaram o segundo CD, “Paisagens Cariocas”, dedicado à música brasileira erudita e popular, sendo eleito um dos “10 álbuns imperdíveis de música erudita” pela Revista Bravo de São Paulo. Em 2018, se apresentaram no Teatro Real de Córdoba (Argentina) e gravaram o CD “Retratos de Brasil en Córdoba”, como solistas da Orquestra Académica del Teatro del Libertador, interpretando o concerto “Duplum” de João Guilherme Ripper, dedicado ao Duo Santoro. Em 2022, realizaram uma turnê por cinco estados brasileiros com patrocínio da Vale, no qual interpretaram somente músicas de compositores brasileiros vivos, culminando com a gravação de seu terceiro CD, “O compositor é vivo!”, em formato digital.

Maurício Vicente Ferreira Júnior

palestrante - historiador

Maurício Vicente Ferreira Júnior nasceu em Petrópolis-RJ em 3 de maio de 1962. Casado com Cristina Ferreira, é pai de Tarsila e João Maurício e avô de Lara. Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Master of Arts - Museum Studies - pela State University of New York (SUNY), com bolsa de estudos do CNPq. Pesquisador do Museu Imperial, desde 1985, e diretor da unidade museológica do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) desde 2008. Foi parecerista de projetos apresentados ao Fundo Nacional de Cultura, presidente do Comitê Brasileiro do Programa Memória do Mundo da UNESCO, membro de comissões técnicas, consultor de diversas instituições e curador de mais de 30 exposições no Brasil e no exterior. Nos Estados Unidos, atuou como estagiário acadêmico na Old Merchants´s House e como pesquisador no Departamento de Arqueologia da New York City Landmarks Preservation Commission. Proferiu conferências e palestras em instituições na Alemanha, Aruba, Áustria, Bélgica, Colômbia, China, Cuba, Estados Unidos, Itália, Marrocos, Portugal, Rússia e Venezuela.

Professor de História do Brasil na Universidade Católica de Petrópolis. Sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP). É membro da Academia Petropolitana de Educação, da Comissão de Arte Sacra e Liturgia da Diocese de Petrópolis, do Conselho Internacional de Museus (ICOM), do Conselho Consultivo do Museu Paulista (MP-USP) e do Conselho Consultivo do IHGB. Atualmente, representa o Brasil no Comitê Regional para a América Latina e o Caribe do Programa Memória do Mundo da UNESCO. Recebeu a Medalha Koeler da Câmara Municipal de Petrópolis (2021), a Ordem do Mérito Cartográfico da Sociedade Brasileira de Cartografia (2014), a Medalha Mérito Tamandaré da Marinha do Brasil (2013), a Medalha de Honra ao Mérito Cláudio de Souza do PEN Club do Brasil (2013), a Medalha de Honra ao Mérito - 80 Anos da Escola de Museologia - da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO (2012) e o Fundo Saint Regis - The New York City Landmarks Preservation Foundation (1993).

Publicou artigos em diversos periódicos no Brasil e no exterior, como o Anuário do Museu Imperial, a Revista Museu e a Revista do IHGB.  Organizou publicações institucionais, como O Olhar Germânico na Gênese do Brasil: Coleção Geyer / Museu Imperial. Petrópolis: Museu Imperial/Ibram/MTur, 2022; D. Maria da Glória: princesa nos trópicos, rainha na Europa. Petrópolis: Museu Imperial/Ibram/MTur, 2020; e O império em Brasília: 190 anos da Assembleia Constituinte de 1823. Brasília: Câmara dos Deputados/Senado Federal, 2013.

Fotos
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Programa

MARCOS PORTUGAL (1762-1830)

Três Modinhas da obra Marília de Dirceu  (6’) 

Os mares, minha bela, não se movem 

Já, já me vai, Marília, branquejando 

Eu vejo, ó minha bela, aquele númen 

 

JOSÉ MAURÍCIO NUNES GARCIA (1767-1830) 

Método de Pianoforte 

2º parte: lição nº 5 (2’) 

 

CÂNDIDO INÁCIO DA SILVA (1800-1838) 

Lá no largo da sé velha (2’) 

 

ANTONIO CARLOS GOMES (1836-1896) 

Al Chiaro di luna (3’) 

 

ERNESTO NAZARETH (1863-1934) 

Brejeiro (3’) 

 

CHIQUINHA GONZAGA (1847-1935) 

Lua Branca (2')

Gaúcho (2')

 

GIOACHINO ROSSINI (1792-1868) 

Duetto em Ré maior (14’) 

Allegro 

Andante molto 

Allegro

 

REINHOLD GLIÈRE (1875-1956) 

Três duetos op. 53 (6’) 

Commodo

Con moto 

Vivace 

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Nota de Programa

Um lugar singular, que nos transporta ao passado e nos aproxima de nossa história Imperial. Um palácio neoclássico onde encontramos a aura monárquica presente não só em sua arquitetura, mas nos elementos decorativos, objetos e documentos que nos proporcionam um mergulho no modo de vida da corte brasileira. Este é o Palácio Imperial de Petrópolis, ícone do nosso patrimônio histórico que dialoga com a música apresentada pelo renomado Duo Santoro, formado pelos irmãos Paulo e Ricardo Santoro, acompanhados dos comentários do diretor do Museu Imperial, o historiador petropolitano Maurício Vicente Ferreira. 

 

Começamos este programa nos transportando para o início do século XIX, mais precisamente para 1822, ano em que D. Pedro I viaja para Vila Rica (atual Ouro Preto), Minas Gerais, para buscar apoio ao movimento da Independência do Brasil. É nesse momento que nosso Imperador se apaixona pela Mata Atlântica e pelo clima ameno da região serrana e pouco depois, em 1830, compra a fazenda do Córrego Seco, com ideia de erguer nesta terra um palácio. 

 

Para celebrarmos este momento da história traremos dois compositores do tempo do primeiro império e que também foram professores de música de D. Pedro I. Marcos Portugal, famoso compositor português conhecido em toda a Europa, e o padre mestiço José Maurício Nunes Garcia, considerado o mais importante compositor brasileiro do fim do século XVIII e início do XIX. O músico surpreendeu D. João VI com seu talento, a ponto de ter sido nomeado Mestre da Real Capela, e passou a dar aulas de música para o infante até a chegada de Marcos Portugal à corte em 1811. Do compositor português ouviremos Três Modinhas da obra Marília de Dirceu e do Padre José Maurício ouviremos do Método de Pianoforte 2º parte: lição nº 5. Ainda neste período, tocaremos a música Lá no Largo da Sé Velha, do compositor Cândido Inácio da Silva, autor de modinhas de grande popularidade no Primeiro Império e que também foi aluno do Padre José Maurício Nunes Garcia.

 

Devido à crise sucessória em Portugal, que o leva a regressar ao país, a fazenda passa para seu filho Dom Pedro II. 

 

Com decreto assinado em 16 de março de 1843, o novo imperador cria Petrópolis e dá início à construção de seu palácio. Sob o comando do engenheiro e superintendente da Fazenda Imperial, Major Julius Friedrich Koeler, uma grande leva de imigrantes europeus, principalmente alemães, é encarregada de levantar a cidade e o palácio além de colonizar a região.

 

Construído com recursos oriundos da dotação pessoal do imperador, o prédio, após o falecimento de Koeler, foi modificado por Cristóforo Bonini, que acrescentou o pórtico de granito ao corpo central. Para concluir a obra, foram contratados importantes arquitetos ligados à Academia Imperial de Belas Artes: Joaquim Cândido Guilhobel e José Maria Jacinto Rebelo. 

 

Foi nesta mesma academia que poucos anos depois seria lido um ofício do diretor do Conservatório de Música do Rio de Janeiro comunicando ter sido escolhido o aluno Antônio Carlos Gomes para ir à Europa, às expensas da Empresa de Ópera Lírica Nacional, conforme contrato com o governo Imperial. D. Pedro II era um entusiasta deste compositor que, ainda jovem, havia sido agraciado pelo imperador brasileiro com a Imperial Ordem da Rosa. Carlos Gomes se tornaria o mais importante compositor de ópera brasileiro, destacando-se pelo seu estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque em toda a  Europa. Por isso, para lembrar o momento das conclusões da obra deste magnífico palácio ouviremos Al Chiaro di Luna, de Antonio Carlos Gomes. 

 

Em 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República, a família imperial é banida do Brasil e se exila na Europa. Já o palácio é alugado pela princesa Isabel para o Educandário Notre Dame de Sion, de 1871 até 1909. É dessa época o primeiro tango brasileiro de Ernesto Nazareth, de 1893, intitulado Brejeiro, considerado uma das músicas mais conhecidas da época. Aliás, o próprio compositor, perguntado em entrevista qual era a sua composição predileta, respondeu: “Ah!... Isso é que não pode ter resposta definitiva, assim à queima-roupa... Gosto de algumas... Lembra-se do Brejeiro? Todo o Brasil canta isso", concluiu ele num sorriso. 

 

Entre 1909 e 1939, o Colégio São Vicente de Paulo funcionou no prédio e nesse período, infelizmente, grande parte do mobiliário e demais objetos foram vendidos ou desapropriados. Porém, nesta escola estudava um apaixonado por história, Alcindo de Azevedo Sodré, e graças a ele, que desde criança sonhava com a transformação do seu colégio em um museu histórico, que o presidente Getúlio Vargas criou, em 29 de março de 1940, pelo Decreto-Lei n° 2.096, o Museu Imperial. É desta época as duas obras que ouviremos da pioneira compositora, instrumentista e maestrina brasileira Chiquinha Gonzaga, a modinha Lua branca e o Gaúcho.

 

A partir de então, uma equipe técnica liderada pelo próprio Sodré, que se tornaria o primeiro diretor do Museu, tratou de estudar a história da edificação e a localizar peças pertencentes à família imperial em diferentes palácios, para ilustrar o século XIX e o dia a dia de membros da dinastia dos Braganças. Como resultado, o Museu Imperial foi inaugurado em 16 de março de 1943 com um significativo acervo de peças relativas ao período imperial brasileiro. 

 

Neste resgate ao passado iremos ouvir o Duetto em Ré maior, de 1824, de Gioacchino Rossini. Ele foi condecorado por D. Pedro I como Cavaleiro da Ordem da Cruz do Sul e conheceu pessoalmente nosso imperador compositor que tanto admirava o mestre italiano. O primeiro movimento é alternadamente espirituoso e rico, revelando o virtuosismo dos instrumentistas. Já o segundo, é comovente e o terceiro, triunfante. Finalmente, terminamos esse concerto com uma obra escolhida por nosso duo para encerrar o programa, Três Duettos Op. 53, de Reinhold Glière. Começamos com o movimento Commodo, onde lembraremos D. Pedro II que, banido do Brasil, nunca mais pode voltar ao seu palácio. A música apresenta um tema lírico e elegante que gradualmente aumenta em intensidade e culmina em uma melodia sublime que apresenta toda a amplitude do violoncelo. Em seguida, ouviremos Con moto, onde os violoncelos se entrelaçam criando uma conversa musical envolvente, assim como a história presente neste museu. Finalmente, no último movimento Vivace, encerramos com um tour de force de virtuosismo técnico, enérgico e rítmico, com movimentos animados e saltitantes que exploram a sonoridade dos instrumentos, mostrando que este é um prédio vivo, uma casa visitada anualmente por mais de 300 mil pessoas e onde hoje reside uma parte importante de nossas memórias.  

Sobre o Palácio

Construído com recursos oriundos da dotação pessoal do imperador, o prédio teve o projeto original elaborado pelo próprio Koeler e, após seu falecimento, foi modificado por Cristóforo Bonini, que acrescentou o pórtico de granito ao corpo central. Para concluir a obra, foram contratados importantes arquitetos ligados à Academia Imperial de Belas Artes: Joaquim Cândido Guillobel e José Maria Jacinto Rebelo, com a colaboração de Manuel de Araújo Porto Alegre na decoração.


O complexo foi enriquecido, ainda na década de 1850, com o jardim planejado e executado pelo paisagista Jean-Baptiste Binot, sob orientação do jovem imperador. O piso do vestíbulo, em mármore de Carrara e mármore preto originário da Bélgica, foi colocado em 1854, destacando-se também os assoalhos e as esquadrias em madeiras de lei, como o jacarandá, o cedro, o pau-cetim, o pau-rosa e o vinhático, procedentes das diversas províncias do Império.


Os estuques das salas de jantar, de música, de visitas da Imperatriz, de Estado e do quarto de dormir de suas majestades contribuem para dar graça e beleza aos ambientes do Palácio, um dos mais importantes monumentos arquitetônicos do Brasil. Lançada a pedra fundamental, houve o nivelamento da área, que era conhecida como Morro da Santa Cruz, para se começar as obras, que foram todas financiadas por mordomia da casa imperial, pois dizia Pedro II, que pôr a construção acontecer em sua propriedade particular, não se deveria utilizar de dinheiro do estado.


Na planta de Petrópolis, feita por Koeler, acha-se indicado o local do palácio num quadrilátero entre a Rua do Imperador e a Rua da Imperatriz. Veem-se no mesmo terreno ainda outros edifícios, cuja identificação é impossível de ser feita. As obras tiveram início na ala direita do palácio, os alicerces tendo vindo de uma pedreira próxima. Foram-se utilizados bois para puxar terra, pedra e madeira. Continuaram-se as obras da ala esquerda (no início viu-se que era mais larga que a direita e mais tarde foi arrumada). Foi ficando pronto o Sobrado, onde estão as entradas principais do palácio, além dos quartos. Todos os cômodos foram decorados e mobiliados com lindos estuques e móveis.

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Patrocínio

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Realização

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